Total de visualizações de página

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

LIVRO SUGERIDO - O RETRATO DE DORIAN GRAY - OSCAR WILDE

O retrato de Dorian Gray, um livro sensacional

Dorian Gray é um cara jovem de uns 18 anos bonitão, rico, Aristocracia total. O único porém, é que ele é super bobo e ingênuo.

Ele tinha um amigo, um pintor chamado Basil Hallward. O Basil era legal e tal, mas era meio chatão as vezes, especialmente quando pintava. O Basil não era um grande pintor, mas o Dorian Gray era tão bonito, que quando o Basil pintou ele, virou uma obra de arte na hora.
Enquanto Dorian posava, ele conheceu Lorde Henry Wotton, um cara intrigante, egoísta, hedonista e principalmente, convencido que sua visão está certa. Ele tem algumas opiniões no mínimo polêmicas. Daqueles caras que sempre tem uma respostinha pronta pra qualquer pergunta. Eu não concordava com quase tudo do que ele falava, mas nossa, as justificativas, a retórica e a argumentação dele eram ótimas. De longe, um dos melhores personagens que eu já vi. Uma pessoa definitivamente de pensamento tentador e perigoso.
Aconteceu que Henry acabou convencendo Dorian que a beleza é a coisa mais importante no mundo, afinal, passam os anos, e a beleza nunca deixa de ter sua importância, quem é bonito sempre é bem sucedido. Claro, a idéia do que é belo pode mudar, por exemplo, séculos atrás quem era gordinho era bonito, hoje quem é magrelo, mas o que importa é que, a despeito do padrão em vigor na sociedade, quem é bonito sempre consegue tudo o que quer. Na concepção de Henry, não importa se a pessoa é má, a beleza o expiará de todos os seus pecados.
Um dia, Dorian Gray observou seu retrato, e constatou, tristemente, que aquele retrato manteria aquela beleza juvenil para sempre ao passo que ele envelhecerá e aos poucos, será cada vez mais desprezado. Nisso, ele diz:
“How sad it is! I shall grow old, and horrid, and dreadful. But this picture will remain always young. It will never be older than this particular day of June. . . . If it was only the other way! If it was I who were to be always young, and the picture that were to grow old! For this–for this–I would give everything! Yes, there is nothing in the whole world I would not give!”
Traduzindo, algo como:
Que tristeza ! Eu envelhecerei, ficarei horrível, medonho. Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário ! Se fosse eu que me mantesse jovem e o retrato que ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso.
Ou seja, assim como em Fausto, Dorian daria até sua alma pele juventude eterna. O diabo não apareceu para assinar o contrato, mas o desejo dele foi igualmente atendido. E a visão deturpada de Dorian acabou o levando a cometer os mais horríveis pecados. Não foram poucos os que sucumbiram direta ou indiretamente por causa dele. E a cada pecado, o retrato se desfigurava cada vez mais, até se tornar algo irreconhecivel, amedontrador, nojento.
Não vou contar o final, tampouco os demais acontecimentos, porque esse livro merece ser lido. Além do mais, o livro tem pouco mais de 200 páginas, ou seja, pouca enrolação e nada cansativo.
Talvez o maior empecilho para ler essa obra seja o vocabulário. Eu considero meu vocabulário bem rico e teve um monte de palavras que eu simplesmente não sabia o significado. E isso que estou falando da tradução da obra, se tivesse tentado ler o original, em inglês, teria sido mais difícil ainda. Igual, acho que esse vocabulário rico e rebuscado combina totalmente com a temática da obra. Se para Dorian e Henry Wotton, a beleza é tudo, na literatura a elegância na escolha da palavra precisa e correta também é. Essa forma bela de escrever é uma rima visual perfeita com a temática do livro.
Embora a história do livro seja interessante, são os diálogos, especialmente os de Henry Wotton, que realmente o enriquecem. É a escolha de palavras, o texto. Além disso, a temática dele não fica nem um pouco datada. Podem até dizer que é uma crítica ácida a sociedade inglesa do século XVIII, mas o livro é muito mais do que isso, a crítica que nele se encontra é atual: a beleza realmente tem essa importância toda? Será que podemos culpar aquelas meninas cujo o maior sonho é posar nua na Playboy se o que a nossa sociedade realmente valoriza é isso mesmo, a beleza? Será que elas simplesmente não estão jogando conforme as regras do jogo? Se a garota é bela, porque aprimorar-se? Não é melhor uma vida hedonista, aproveitando os prazeres momentâneos sempre?
Esse livro já rendeu uma boa quantidade de filmes. Eu não assisti nenhum. Adaptar obras literárias para o cinema é sempre algo difícil, mas no caso do retrato de Dorian Gray a tarefa fica especialmente pior. Vejam bem, para a obra funcionar, Dorian Gray deve ser realmente belo, se para alguma pessoa, o ator em questão não for bonito o suficiente, a obra já perde grande parte do poder. A imaginação permite que o ator ideal e mais belo possível seja escalado para o papel. O mesmo vale para o retrato, como retratar um semblante realmente degradante ? São desafios difíceis e que vão ser desafiados novamente já que uma nova versão dessa obra está sendo filmada, para estrear em Novembro de 2009. No papel de Dorian Gray vamos ter esse ator, um tal de Ben Barnes, e no papel de Henry Wotton, Colin Firth ! Tô ansiosa por esse filme, to achando que realmente possa ser uma adaptação legal, embora o diretor, Oliver Parker não tenha feito nada de conhecido ou relevante, o elenco está bem interessante

Nenhum comentário:

Postar um comentário