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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ARTE - POEMA RAVENNA - OSCAR WILDE - PARA PENSAR

Ravenna – Primeira Parte


Essa é a primeira parte do poema Ravenna, escrito pelo inglês Oscar Wilde (1854-1900). Logo mais as outras partes serão postadas – a medida em que forem traduzidas. É importante saber que em nenhum momento a tradução busca a excelência da versão original, nada mais é que uma ilustração da beleza do escrito. Além disso, não me utilizei de métrica, nem fiz rimar os versos – buscando muito mais o significado dos versos que a parte estética, propriamente dita.
I
Há um ano respirei o ar italiano,
E ainda, esta Primavera boreal parece-me ser límpido
E estes campos feitos dourados com a flor de março
E pássaros a cantar no lariço repleto de plumas,
Sonoras gralhas-calvas e rolinhas irrequietas:
Pequeninas nuvens a percorrer o éter;
E a formosa copa gentil desfalecida da violeta,
A prímula, empalidecida pelo um desconfortável amor
A rosa que rebenta no arbusto espinhoso
Um leito de açafrão (que mais parece uma lua em chamas
Encerrada em uma aliança púrpura);
E todas as flores de nossa Primavera Inglesa,
Carinhoso Galanthus, o narciso de brilho estelar.
Lá no alto começa a travessura ladeando o tear murmurante,
E dilacera as teias da tristeza;
E desce esse rio, feito uma chama azul,
Audaz como uma flecha que voa o oceano-rei
Enquanto o pintarroxo canta na floresta frondosa.
Um ano atrás – parece pouco
Desde a última vez que vi o nobre clima do sul,
Onde a flor e o fruto se enobrecem à esplendorosa lufada,
E como lâmpadas luminosas as maçãs de fábulas se acendem.
Cheia de Primavera que estava – pelas vinhas floridas
Em sombrios bosques verde-oliva e nobres florestas de pinheiros
Eu fui até o desejo, onde a mais ardente feliz brisa era doce;
A estrada pálida rangeu sob as patas do meu cavalo,
E meditando no antigo nome de Ravenna,
Eu observei o dia lavrar, sinalizado com as chagas das chamas,
De um céu turquesa para lustrar o ouro que foi formado.
Oh, meu coração ardia com paixões da meninice,
Quando longe através dos campos e ainda mais
Eu vi a Terra Santa ascender óbvia,
Coroada com sua coroa de torres! – Por muito tempo
Galopei, corri no crepúsculo
E outrora passei o carmesim no arrebol da tarde,
E finalmente estava dentro dos muros de Ravenna!
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Notas
Ravenna é uma homenagem à cidade italiana de mesmo nome. A cidade foi a terceira a ser capital do Império Romano do Ocidente. A referência se dá pela obcessão de Oscar Wilde por tudo que estava relacionado aos Romanos e, principalmente, Gregos. Com este poema Wilde foi laureado com o prêmio Newdigate em 1878 – enquanto estudava em Oxford

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