Diversos personagens e cenários compõem as lendas regionais paranaenses. São histórias que envolvem as araucárias, as cataratas e personagens como o monge João Maria. Quer conhecer estas lendas? Então leia a seguir cinco delas:
Lenda dos dois cavaleiros
Como um tropeiro cometeu uma injúria muito grave a Deus, o pároco não permitiu que seu corpo fosse enterrado dentro do campo santo. Foi então enterrado fora dos muros do cemitério da capela. Nesse mesmo período, um outro homem havia se enforcado naquela região, também cometendo grave injúria a Deus. Dizem que esses dois homens se visitam. Passam pela rua correndo, montados em cavalos sem cabeça e, quando se encontram, descem de suas montarias e começam a cavar o solo em sinal de cumprimento. Depois de voltar cada um ao seu lugar, desaparecem misteriosamente.
Lenda das Cataratas
Os índios Caigangues, que habitavam as margens dos rios Iguaçu e Paraná, acreditavam que o mundo era governado pelo deus M’Boy. Devido à sua beleza, a jovem Naipi foi consagrada a M’Boy, passando a viver somente para o seu culto. Porém, um guerreiro chamado Tarobá fugiu com Naipi em uma piroga (embarcação indígena) que seguiu rio abaixo. Furioso, M’Boy ingressou nas entranhas da terra e retorcendo o corpo produziu uma enorme fenda, que formou uma catarata gigantesca. A piroga dos índios caiu, desaparecendo para sempre. Naipi foi transformada em uma rocha e Tarobá convertido em uma árvore.
Lenda da araucária
Certo dia, ao sair caçar, um índio encontrou uma onça e a curandeira da tribo inimiga, pela qual havia se apaixonado. Após matar a onça ele se aproximou da índia, que se assustou e desmaiou. Índios da tribo inimiga encontraram o caçador com a curandeira nos braços, pensaram mal do que viram e o mataram a flechadas. Diz a lenda que o índio se transformou em uma araucária e a índia em uma gralha azul. As gotas de sangue que pingaram eram os pinhões que a gralha azul enterra. As flechas eram os espinhos e o índio a árvore.
Lenda do Véu da Noiva
Uma moça, filha de um fazendeiro que morava perto de um rio onde havia uma bela cachoeira, gostava de um de seus empregados e dizia que queria se casar com ele. Usaria no seu casamento um véu bem comprido e largo. Porém, o pai a deu em casamento para um homem rico e desconhecido. Sem conseguir terminar o noivado indesejável, ela foi à cachoeira e escorregou lentamente no lugar mais perigoso das pedras. Seus longos cabelos, levados pelas águas, se abriram enroscando-se nas raízes e pedras e ela morreu. Quando acharam o corpo, chamaram aquele local de Véu da Noiva.
João Maria
São várias as lendas em torno de João Maria, conhecido como o Monge da Lapa. Entre fins do século 19 e início do século 20, em meio a movimentos populares, surgiu no interior do Paraná uma figura envolta em mistério, que ficou conhecida como o Monge da Lapa. Segundo historiadores, foram três os monges que frequentaram a região nesse período e receberam o nome de João Maria. A partir dessa figura surgiram por todo o estado lendas relacionadas à origem e ao fim dos monges, profecias, punições, milagres e prodígios. Algumas tratando-o como santo, outras como criminoso.
Fonte: “Lendas e Contos Populares do Paraná” – Cadernos Paraná da Gente nº 3, editado pelo governo do Paraná
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