Último escalão
Com somente quatro jogos (todos da 1ª fase), Curitiba ficará apenas 11 dias no calendário do Mundial.
Nenhuma sede foi tão desprezada
Faz parte assim do último escalão entre as subsedes do torneio. O fracasso, porém, é maior. A cidade também está oficialmente fora da Copa das Confederações de 2013.
O plano curitibano em se antecipar ao Mundial e receber a Copa das Confederações em 2013 também foi por água abaixo. Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Rio foram as únicas confirmadas como sedes do evento-teste. Recife e Salvador ganharam um voto de confiança e, se tiverem estádios prontos a tempo, serão incluídas.
Sem todas as subsedes definidas, a tabela do torneio foi divulgada incompleta. Sabe-se apenas que a abertura será em Brasília, as semifinais em Belo Horizonte e Fortaleza e a final no Rio. O detalhamento do calendário será anunciado em julho de 2012.
A escolha se baseou no relatório de engenheiros da Fifa de que apenas essas cidades têm condições de cumprir os prazos. E foi essa a justificativa que o secretário municipal Luiz de Carvalho deu ao não ver a Arena como palco do evento em 2013. “Tivemos uma dificuldade na conclusão da modelagem financeira da obra. Isso repercutiu, influenciou, não tenho dúvida disso”, afirmou, contrariando o discurso categórico sobre a presença do município na competição pré-Mundial.
Agora, segundo o político, a não obrigação de abrigar o torneio irá beneficiar, principalmente na questão de prazos. A tese, inclusive, é a retórica da vez. “Temos mais tempo para trabalhar e só focados em Copa do Mundo”, disse Mario Celso Cunha, secretário estadual.
Com isso, os prazos para a conclusão das obras, em especial do estádio, devem se estender. “Confesso que pode haver mudança de cronograma, pois não temos mais a necessidade de correr para finalizar tudo até 2012”, reconheceu Carvalho. A Gazeta do Povo tentou entrar em contato com o gestor do Atlético nas obras da Arena, Mario Celso Petraglia, para esclarecer se haverá uma readequação do cronograma, mas a assessoria de imprensa do dirigente informou que ele não falaria. (GR)
“É competência da Fifa e do COL [Comitê Organizador Local] tomar as decisões e nós ficamos de mãos atadas. Lamento e confesso que é um dia muito triste, mas o projeto anda e vamos concluí-lo com fidalguia”, comentou o secretário municipal para Assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, que demonstrava muita confiança na véspera do anúncio.
Já o secretário estadual para o evento, Mario Celso Cunha, não poupou a entidade máxima do futebol pela frustração. “A decisão da Fifa é como decisão judicial: não se discute, cumpre-se”, disparou. Deixando de lado o discurso diplomático padrão, ele não se conteve.
“É estranho [realizar] a abertura em um estádio que até agora só tem terraplenagem [Itaquerão]. Não é questão de força política do estado, mas são interesses para agradar um ou outro.”
A minúscula dimensão local no evento ficou evidente pelo fato de ter sido equiparada a Cuiabá, Manaus e Natal, sedes que não ostentam qualquer tradição futebolística, inclusive com estádios que não terão “dono” após a competição.
Excetuando o aspecto político, cujo peso foi evidente na decisão, uma questão lógica prevaleceu na escolha. As quatro cidades têm estádios com baixa capacidade – menos de 50 mil espectadores.
O kit das subsedes, segundo a tabela prévia da Fifa, coloca pelo menos uma seleção cabeça de chave em cada regional. Com isso, o sorteio das chaves – programado para o fim de 2013 – pode atenuar a situação (leia-se um grande do futebol cair na Baixada).
Em uma comparação com as posições das equipes em cada grupo nos Mundiais de 2010 e 2006, na África e na Alemanha, respectivamente, o gramado da Arena poderá receber confrontos do vulto de Suíça x Honduras, Nova Zelândia x Eslováquia, Austrália x Japão ou Ucrânia x Tunísia.
Na mesma comparação, o ápice seria um duelo entre Argentina x Grécia ou Inglaterra x Suécia. Pouco para quem esperava as quartas de final.
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