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terça-feira, 15 de novembro de 2011

CALA A BOCA GALVÃO

Vai para casa, Galvão!

Corrigindo um inacreditável erro de avaliação – uma proposta de transmissão oferecida por representantes do UFC foi solenemente ignorada pela emissora e o caso virou motivo de reuniões histéricas depois que a Rede TV conseguiu em agosto passado a maior audiência de sua história com o card que continha a luta do Anderson Silva contra o “japa” Yushin Okami -, a Globo apresentou ontem a primeira luta de um evento do UFC em sua programação. Se a emissora acertou ao trazer os comentários de Vitor Belfort, errou de maneira quase cômica ao escalar Galvão Bueno para narrar o combate.

Estava na cara que a possibilidade de o combate entre o campeão dos pesos-pesados Cain Velasquez e o nosso desafiante Junior "Cigano" dos Santos durar pouco tempo era grande. Mesmo invicto, com um cartel de nove vitórias e nenhuma derrota, Velasquez estava há um ano sem lutar por causa de uma cirurgia, algo que certamente tira o ritmo de qualquer lutador, por mais intensos que sejam seus treinos – aliás, Belfort salientou isto muito bem antes do início da luta, quando reparou que o mexicano aparentava estar muito nervoso quando pisou no octógono da arena de Anaheim (EUA).

Logo de cara deu para sacar que Galvão estava com uma animação tão irritantemente falsa que dava a impressão de que a produção teve que obrigá-lo a beber uns 86 bules de café para dar um upgrade em sua narração. Além disso, foi meio engraçado ver o Belfort usando a mesma camisa vermelha do narrador, o que o deixou com uma pinta de “Caio Ribeiro marombado e menos sensível”.

Embora contaminado pelo ufanismo típico do Galvão, Belfort deu algumas boas explicações pré-combate para os telespectadores leigos. Foi quando Galvão, que já havia se referido aos lutadores com o patético título de “gladiadores do Terceiro Milênio” – é isto que dá ficar assistindo “Spartacus” por muito tempo -, demonstrou o quanto estava “preparado” para narrar ao perguntando a Belfort se “Cigano” deveria tentar o nocaute. Porra, Galvão, você estava de brincadeira, né?  É óbvio que ele tentaria o nocaute, ainda mais porque a “trocação” é um dois pontos fortes do brasileiro! Ou passou por sua cabeça que ele iria “cozinhar” a luta para tentar ganhar por pontos? Se ligue!

Logo no começo do combate, ficou evidente para o telespectador leigo que ambos os lutadores têm uma mão pesada. Só que pouco depois do primeiro minuto de luta, “Cigano” mandou um “pombo sem asa” atrás da orelha de Caim, que desabou de lado como se tivesse sido atropelado por uma moto. Ele ainda tentou manter uma posição de defesa no chão, mas foi demolido pelos golpes do brasileiro até o árbitro “Big John” interromper o combate.

Apesar da rapidez do combate, Galvão ainda teve tempo de soltar mais um arsenal de bobagens. Ao ver “Cigano” visivelmente emocionado pela vitória, o narrador veio com aquele papo furado do tipo “agora ele está lembrando a infância difícil, dos tempos de dureza, da mãe, do pai, do papagaio, do vendedor de sorvete”, aquelas merdas todas. Dá um tempo, Galvão!

Por outro lado, foi legal ver o Belfort narrando a rápida reprise do combate e explicando os golpes, as posturas e as táticas de cada oponente, ainda que de modo superficial, porque o tempo era curtíssimo.

Quem sabe agora a Globo se anima a fazer a transmissão de um card completo e não apenas de uma luta. 

Que tal aproveitar que o Lyoto Machida vai tentar recuperar o título dos meio-pesados contra o campeão Jon Jones no Canadá no próximo dia 10 de dezembro e que o José Aldo vai defender seu cinturão de peso-pena contra o “casca grossa” do Chad Mendes em 14 de janeiro para transmitir todos os combates das respectivas noites? Agora, seria de bom tom deixar o Galvão fumando charutos em casa e botar o próprio Belfort para narrar os combates e trazer o Anderson Silva ou o “Minotauro” para comentar.

Fale a verdade: é ou não uma boa ideia?  

- Não tenho palavras para falar sobre o que eu sinto. Quero agradecer às pessoas que estão perto de mim. Cain foi o cara mais difícil contra quem lutei. Estava com medo, porque ele é duro. Não estava 100% - afirmou o Cigano ainda no octógono.

Enquanto isso, o antigo campeão não escondeu a decepção.

- Quero pedir desculpas aos fãs. Queria ter sido melhor. Eu vou voltar - declarou Velasquez.
Cigano é agora o terceiro brasileiro a ter um cinturão no UFC.

Além dele, José Aldo, no peso pena, e Anderson Silva, no médio, são campeões da modalidade.

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